Nesse post, quero compartilhar com vocês algumas dicas para não errar na hora de comprar dólar para uma viagem ao exterior. Vou usar como exemplo, a nossa viagem de Setembro de 2018 para Nova York e Boston – bem na época das Eleições, onde as flutuações do dólar foram absurdas.
Ficar refém da flutuação de preços não dá! Por isso, em nossa viagem para os EUA fomos nos planejando e comprando dólares sempre nas baixas. Sabíamos que teria um pico em Setembro, por conta das eleições, então em Abril já estávamos comprando dólar. Em média, pagamos aproximadamente R$ 3,70 por dólar, enquanto na época, o dólar turismo chegou a R$ 4,50 (Absurdo!!).
Aí está a dica mais importante de todas! Se você está planejando uma viagem,
Vá comprando dólares meses antes, de tempos em tempos, observando as baixas.
Dessa forma, o que se paga pelo dólar é um valor médio, e não o valor muito alto, ou muito baixo.
Toda a nossa compra de Dólar foi pela pela Confidence Câmbio, que é a casa de câmbio que temos aqui em Piracicaba, mas você encontra em quase todas as cidades. Eles tem um bom preço e ainda negociam. Também possuem um aplicativo (Android) e (IOS) que avisa quando o dólar está em queda, indicando os melhores momentos de compra. A hora do dia também influencia muito na compra. Pelas minhas observações, a melhor hora para comprar é mais ou menos entre 10 e 11 horas da manhã nos dias de quedas sequenciais. Atenção isso não é uma regra, foi uma observação apenas.
Outra dica de serviço para comparar cotações de diversas casas de câmbio é o Melhor Câmbio, nele você pode inclusive fazer uma oferta de valor abaixo do valor de mercado e ver se alguma casa de câmbio aceita sua oferta.
Gastar em Dólar no Cartão de Crédito:
Sempre preferimos comprar dinheiro em espécie, mas não podemos confiar tanto assim né?
É sempre bom ter opções de pagamento, e alguns lugares simplesmente não aceitam dinheiro (acredite). Por isso, mesmo que você leve uma boa quantia em dinheiro, vai acabar gastando com cartão de crédito. Por isso, conheça a Política de Câmbio do seu banco e do seu Cartão de Crédito. Nesse ponto, confesso, nós falhamos. Nossa conta principal é no Santander, que infelizmente, é o banco que cobra o maior Spread: 6%. Spread é a diferença em % do dólar de compra e de venda, ou seja, do valor que o banco paga pelo dólar (PTAX – Veja valor na tabela do Banco Central) e o valor que a gente para para o Banco. A Caixa e o Banco do Brasil são os que tem menor Spread, por serem bancos federais. Não nos atentamos a isso e a conta ficou mais cara no final.
Veja no Blog Falando de Viagem uma tabela com o valor dos Spreads de cada banco.
Tenha em mente que quando você passa o cartão de crédito você está assumindo um risco.
Você pagará no dólar o valor de referência que o banco usa no dia do fechamento da fatura ou pagamento da fatura (de acordo com a política do banco) e não o valor do dólar no momento da compra. No nosso caso, isso acabou sendo muito bom pois fizemos o pagamento num dia em que o dólar estava com grande queda, depois do primeiro turno das eleições. Nos dias das nossas maiores compras, o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 4,10, o turismo chegava a R$ 4,4o e o valor que pagamos pelo dólar no dia do pagamento do cartão foi R$ 3,86. Ou seja, conseguimos uma diferença de R$0,54 por dólar. Uma baita economia!
O Nubank recentemente anunciou que usará o valor de referência do dia útil anterior ao processamento da compra para compras feitas no exterior. Dessa forma, o usuário saberá no momento da compra o valor exato que pagará pelo dólar.
IOF – 6,38% ou 1,10%?
Fora o valor de Spread que fica para o Banco ou Casa de Câmbio, ainda tem o IOF, que é o Imposto sobre Operações Financeiras. Ele encarece em 6,38% as compras feitas com cartão de crédito ou cartão de débito internacional pré-pago ou, em 1,10% a compra de dinheiro em espécie. Por isso, preferimos usar o dinheiro ao cartão.
E o cartão de débito internacional pré-pago?
Esse cartão foi a última das nossas escolhas. Compramos um e carregamos com US$ 50, o mínimo possível. Levamos para o caso de acabar o dinheiro e o limite do cartão – o que não aconteceu! Graças a Deus! Se tivesse acontecido, a gente conseguia carregar o cartão pagando um boleto emitido pelo aplicativo da casa de câmbio. Ele é um forma de “congelar” o valor do dólar no valor do momento que você carregou o cartão. Se eu tivesse carregado em Abril (na baixa) e gastado em Setembro (na alta – momento da viagem), teria sido ótimo, por exemplo. Mas, nele também incide a cobrança de 6,38% de IOF e ainda tem uma taxa de carregamento.
Resumindo, considerando que o valor do dólar está igual para todas as opções, nossa ordem de preferência para comprar dólar foi a seguinte:
Dólar em Espécie (1,10% de IOF) < Dólar do Cartão de Crédito (6,38% de IOF) < Cartão Pré-Pago (6,38% de IOF + Carregamento)
Dicas para economizar ao comprar dólar e aproveitar mais:
- Fique de olho nas cotações, acompanhe notícias e previsões. Quem é bem informado paga menos!
- Estabeleça um método e um cronograma de compra. Se, por exemplo, você quer levar 3 mil dólares e vai viajar daqui a 6 meses, organize-se para comprar 500 dólares por mês. Você pode comprar dólar a mais se achar que no momento o valor está bom e a tendência é subir e comprar a menos se achar que o valor está alto e a tendência é descer. Ai tem um pouco de “feeling” também.
- Compare os valores em diferentes casas de câmbio – você vai acabar escolhendo uma para chamar de sua – isso facilita o processo da compra também, que é um pouquinho burocrático.
- Faça ofertas! Principalmente se pretende comprar valores altos. As casas de câmbio normalmente trabalham com uma margem. Se você conseguir baixar 5 centavos, por exemplo, numa compra de US$ 1000, você economizou R$ 50,00.
- Determine o valor que levará em dinheiro em espécie, o quanto poderá usar no cartão, e se usará o cartão pré-pago. Prefira levar dinheiro em espécie e USE o cofre do hotel.
- Nunca deixe para comprar dólares de última hora. Assim como o café, o dólar no aeroporto é absurdo!
- Se escolher usar o cartão, veja se o limite do cartão é suficiente para a viagem, saiba o Spread que é cobrado, e se o valor de referência é o dia da compra, do dia do fechamento da fatura ou o dia do pagamento da fatura. Isso faz uma baita diferença! Leia o contrato do cartão de crédito, converse com seu gerente, ligue no atendimento, mas não viaje sem saber isso!!
- Não deixe que a flutuação do dólar fruste seus planos de viagens. Não deixe de fazer as coisas que você sonha por causa disso! Ingressos de Shows, Atrações, Jogos, Passagens, Hóteis, podem ser pagos com antecedência. Então, se a tendência é o dólar subir, o quanto antes você fizer esses pagamentos, menos irá gastar com isso! Sem contar que poderá encontrar promoções.
- Gaste tudo, ou praticamente tudo que levar em espécie na viagem. Voltando ao Brasil, você ainda pode gastar mais 500 Dólares na Duty free, mas eu não vi vantagem nenhuma nisso – os preços estavam bem mais caros que nos EUA. Se não gastar tudo, você pode vender os dólares para a casa de cambio ou guardar para uma próxima viagem. Vendendo para a casa de câmbio você perde dinheiro porque a casa sempre ganha o Spread, e também desconta o IOF. Prefira guardar para uma próxima viagem.
- Quando voltar de viagem continue acompanhando a flutuação do dólar para escolher o melhor momento para pagar a fatura do cartão, se o seu cartão considerar o dólar do dia do pagamento.
- Relaxe, delete os aplicativos e tire férias do mercado financeiro por um tempinho… pelo menos até comprar as próximas passagens! rs
Outro fator importante a se considerar é a sua aceitação a Riscos. Pode ser que você compre dólares com antecedência, no dinheiro ou no cartão pré-pago, e no momento da viagem o valor do dólar esteja mais baixo. Aí você tá “perdendo dinheiro”, mas pode ser que aumente e aí “você está ganhando dinheiro”. Esse é o “mercado”, é preciso conhecer e estudar ele um pouquinho, para não ficar refém do seu “temperamento” e acabar perdendo dinheiro.
Vale lembrar também que somente bancos e casas de câmbio podem vender e comprar dólar. Comprar dólar de amigos, conhecidos, etc é uma prática ilegal. Todo dólar que circula no Brasil tem que passar pelo Banco Central e tem, obrigatoriamente que ser pago o imposto. Qualquer movimentação “paralela” chama-se sonegação e lavagem de dinheiro e é Crime!